“Inveja é uma forma de admiração que saiu pela contra-mão”
O ser humano tem o costume desejar aquilo que não tem, que não pode ter, ou que pertence a outra pessoa. É muito comum no comportamento infantil das crianças, já trazemos isso desde o passado.
Uma criança não está se importando com um brinquedo a partir do momento que outra criança começa a brincar com aquele brinquedo e fica muito feliz com aquela brincadeira, essa criança se incomoda e quer tirar o brinquedo da outra criança.
Observe que antes ela nem se importava com aquele brinquedo, mas a partir do momento que outra criança começou a se divertir ela começou a importar com o brinquedo. Podemos analisar que o ser humano ele age igual a essas crianças, primeiro começa a valorizar muito mais quando se perde e só valorizamos quando perdemos.
Valorizamos muito mais algo quando está com uma outra pessoa, principalmente quando a outra pessoa demonstra alegria e satisfação em ter aquilo, e nesse caso não se trata no valor humano atribuído as coisas, mas do incomodo sentido por nos em relação a felicidade que o outro manifesta ao ter certa coisa. Exemplo posso ter o carro do ano e melhor que o do meu vizinho, mas se o meu vizinho compra um carro mediano e aparenta ser feliz com esse carro, aparenta se sentir muito bem no veículo, muitas pessoas andam com ele no veículo, começamos a invejar não o carro, mas a felicidade do vizinho, a alegria que ele demonstra.
No entanto por que invejamos o vizinho? Porque não sentimos em nós mesmos aquela felicidade do vizinho e desejamos ter aquela felicidade. Desejamos ter aquela alegria, aquela mesma satisfação que vemos no outro, e se desejamos ter é justamente por que aquilo nos falta, sentimos que ainda não sentimos jorrar do nosso interior aquela felicidade.
A pior sensação nesse contexto é ter algo mais caro e melhor do que o vizinho e mesmo assim não ter aquela satisfação alegria interna, sentimos nos péssimos por que mesmo tendo coisas boas e caras não sentimos aquela satisfação, alegria aquela leveza que ele tem. Por isso que a inveja e muito mais relacionada a desejar a alegria do outro do que desejar as coisas que o outro possui.
Isso mostra que la dentro de nos o que mais valorizamos é a felicidade é a alegria a satisfação o bem estar interior, não a qualidade das cosias que possamos possuir. Mas por outro lado existe uma grande idealização a respeito de como o outro esta, por que as aparências elas enganam muito o outro pode aparecer muito feliz muito bem, mas pode só aparecer, ser assim porque vemos apenas uma foto um recorte uma parte de uma situação limitada e especifica da sua vida, se formos analisar a vida do outro no geral vamos ver que ele nunca é tão feliz e nem sempre está tão bem como a imagem projetada mostra.
A grama do vizinho sempre vai aparecer mais verde, mas nem sempre é assim na maioria das vezes não é. No entanto pensando que o outro não pode estar tão bem quando parece, o ser humano já pode começar a torcer para que seja assim, pode começar a buscar qualquer sinal na vida do outro para acreditar que o outro esta mal, esta escondendo a sua infelicidade esta com problemas, pensamos dessa forma mais uma vez porque no fundo desejamos que o outro esteja mal para que não nos sintamos tão mal conosco mesmo.
Então podemos mergulhar num ciclo de inveja e desprezo pelas realizações do outro, tudo isso num esforço semi consciente ou inconsciente em obter satisfação em nós mesmos por intermédio do outro.
O absurdo dessa situação é obvio, quando agente atrela a nossa satisfação ao bem estar ou mal estar da vida alheia, precisamos sempre que o outro esteja mal para que possamos nos sentir bem, sendo assim ilusório e só aumentara a nossa infelicidade e vazio. De qualquer forma o que faz as pessoas não desejarem ter as coisas dos outros é a felicidade, é a aceitação de si mesma, é o sentir-se bem interiormente cultivando uma boa convivência com quem somos e com a vida que nos foi dada, a pessoa infeliz sempre irá se incomodar com a felicidade dos outros, posto que deseja muito mais daquela felicidade para si mesmo.
O contrário também é verdadeiro uma pessoa feliz vai sempre desejar que o outro seja muito feliz do jeito que ela é.
Um grande abraço
Psicólogo Rogério Costa